terça-feira, 25 de setembro de 2012

Algo está errado

Desde muito cedo a política fez parte da minha vida. Não a política levada a sério, mas a política de criança, que corre atrás de carro de som, que pega santinho, até mesmo distribui alguns. Fui daquelas crianças que era levada à assistir comícios eleitorais pelos pais, ou melhor, pela minha mãe. Não sei se teve algum dia que bati o pé e disse: "não vou". Acho que esse momento nunca aconteceu. Até onde lembro, gostava da função. E gostava mais ainda naquele tempo em que era possível, o candidato, distribuir camisetas, bonés, placas nos postes de luz e os showmícios. Era um tempo que pouco sabia da importância de uma eleição. Era um tempo que achava que aquilo tudo era a melhor brincadeira do mundo. Mas o tempo passa e a vida nos ensina, de uma forma não mudo boa, de que isso tudo, era só uma brincadeira de criança.

Minha mãe não é uma das pessoas que sabe tudo de política. Pelo contrario, pouco ela sabe. Mas o pouco que ela sabe, me ensinou grandes ensinamentos. Com a minha participação de anos no meio de política, e lendo e aprendendo cada vez mais, pude saber, no fundo o que é politica, independentemente, do que pensam meus pais, pude saber o que é o certo e o errado, se é que existe o certo ou errado. Mas a grande lição que aprendi com ela, foi a que não importa quem tu apoia, o apoio tem que ser de coração. Não é necessário apoiar quem te fez um favor algum dia. Não apoiar a troco de uma gratificação. O apoio, aquele verdadeiro apoio, é o que vale.

Não podemos viver de mentiras. Não podemos viver enganando a todos. E principalmente: NÃO PODEMOS NOS ENGANAR. Esse último é o que nunca pode acontecer. Podemos enganar todos, mas não podemos enganar a nós mesmos.

Sabe o que um santinho, uma placa, uma bandeira significam? Nada. Elas só representam uma pequena parcela da sociedade que vota. E geralmente, quem ostenta uma bandeira/placa/adesivo em seu carro ou sua casa, depende de determinado candidato. Mas em meio a eleição, é possível achar aqueles poucos que fazem a campanha por um ideal, por acreditar nas pessoas, por acreditar que o dia de amanhã pode ser melhor que o de hoje.

Não faço campanha, porque sei, que num futuro muito próximo, minha profissão exigirá "isenção". Sei que ela não é possível, mas enquanto puder, tentarei ser o mais racional possível. O que chega, é de ver pessoas em vontade, sem animo, contando os minutos para jogar tudo para o ar e ir para casa. Campanha não é isso. Campanha política é coração. É agir com a razão, mas também, sensibilizar a população. Para muitos é conveniente um dia estar com a bandeira de um, e no outro (literalmente) estar com bandeira de outro na frente de sua casa.

Algo está errado. Tem pessoas que num dia juram amor eterno por um partido, no outro, são capazes de fazer tudo por outro. Por isso prefiro ficar no meu canto, porque no fundo, não sei o que será o dia de amanhã.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Fugindo da morte

Pode parecer brincadeira. Pode ser a sincronicidade. Pode ser apenas mais um dia de vento forte, muito forte. Pode ser mais uma tempestade. Pode ser o universo querendo dizer basta. Não é incomum nos últimos três, quatro anos, mais e mais vezes chuvas e ventos cada vez mais forte. O que já se tornou normal no cotidiano de muitas pessoas. 

Gosto de chuva, tempo fechado, raios e trovoadas, o que me faz ser diferente da maioria das demais pessoas. Mas tudo tem um limite. Pelotas, uma cidade com mais de 200 anos de história, muitos prédios antigos, não queria me deixar chegar vivo em São Lourenço.

Foram quatro vidros quebrados, do prédio do Grande Hotel, que simplesmente caíram de uma altura de mais de 10 metros, e que por poucos metros não me atingiram. Fora os galos de árvores, fios soltos e tudo mais. Pode não ser muito, mas a sensação que satoleP me passava, era uma sensação de filme de terror. Pessoas correndo para suas casas, poucas pessoas no centro e para completar, um velório, pessoas com traje escuro, saindo de um prédio histórico, davam ao dia uma cena de completo horror.

Mas esse é o tempo, dizendo o que estamos fazendo, o que precisamos melhorar. Não somente preservar a natureza, mas muito mais do que isso, é tempo do ser humano dar valor a vida. Fazer o bem sem olhar a quem. Não há sociedade que possa suportar tanto descaso, desrespeito, desonestidade, corrupção, entre outras muitas coisas que perderam o valor no decorrer dos séculos.

É hora de voltar as origens. Resgatar valores perdidos. Nem tudo está perdido. Há tempo de mudar, mas para isso, é preciso começar.